O Brasil perde uma de suas referências no mundo do transformismo com o falecimento de Lorna Washington, na madrugada desta segunda-feira (30), no Rio de Janeiro. A artista LGBTQIA+, que encantou públicos desde a década de 1980, fez história nas boates icônicas como Papagaio, Incontrus e Le Boy, todas na capital carioca. O velório está marcado para terça-feira, no cemitério do Caju, Zona Portuária, a partir das 8h, com o sepultamento previsto para as 11h. A causa do óbito não foi divulgada.
Rene Júnior, vice-presidente do Grupo Pela Vidda, confirmou a notícia do falecimento. Lorna Washington, cujo nome de batismo era Celso Paulino Maciel, tinha 61 anos e, apesar de manter sua identidade masculina fora dos palcos, era reverenciada pelo nome artístico.
Em 2016, Lorna brilhou nas telas em “Lorna Washington – Sobrevivendo a Supostas Perdas”, um documentário dirigido por Leonardo Menezes e Rian Córdova. Ela abordava temas delicados, incluindo seu ativismo na causa do HIV, enfrentando estigmas por defender pessoas com o vírus. Em suas próprias palavras, “Porque eu defendia a causa do HIV, as pessoas já me matavam. Eu não podia ter uma gripe que as pessoas: ‘Ih.. Agora lá vai ele.'”
Aos menos de 50 anos, Lorna enfrentou uma osteomielite relacionada à diabetes, que a levou a utilizar um andador e posteriormente uma cadeira de rodas. Em julho deste ano, a artista foi honrada na boate Pink Flamingo, em Copacabana, marcando a última postagem em suas redes sociais. O tributo da casa dizia: “Que momento!! Lorna Washington recebendo flores em vida, como sempre nos ensinou que é assim que tem que ser, das mãos de Karina Karao!”, celebrando a Semana do Orgulho LGBTQIA+ 2023.